Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson, antigamente também conhecida como Mal de Parkinson, é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, uma doença degenerativa e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina no cérebro, esta substancia é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas). A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância em nossos cérebros. Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica chamada substância negra, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos, que veremos adiante.

Sintomas da Doença de Parkinson

Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora (bradicinesia), a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono.
Quando desconfiar que os tremores têm ligação com o Parkinson? O tremor da doença de Parkinson é característico. Ele é chamado de tremor de repouso, ou seja, é mais evidente ou exclusivo quando a mão do paciente está parada, seja em repouso quando o paciente está sentado, seja quando ele está em pé com os braços relaxados.

Quando o paciente executa algum movimento a tendência do tremor é diminuir ou desaparecer. Além disso, caracteristicamente o tremor é assimétrico, ou seja, é mais evidente em apenas um lado do corpo (geralmente as mãos), e com o passar dos anos pode afetar o outro lado.

Vale lembrar que nem todos os pacientes com doença de Parkinson apresentam tremor. Em 30% dos pacientes ele está ausente, sendo a lentidão dos movimentos e a rigidez os sintomas mais evidentes.

Esse conjunto de sinais e sintomas neurológicos é chamado de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo. Doenças diferentes e causas muito diversas podem produzir essa síndrome parkinsoniana. Entretanto, a principal causa dessa síndrome é a própria Doença de Parkinson, em aproximadamente 70% dos casos.

Os demais casos relacionam-se a enfermidades ou condições clínicas nas quais os sintomas são semelhantes, porém outras características estão presentes e a história clínica e a evolução vão ajudar no diagnóstico diferencial. Portanto, quando um médico faz menção ao parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana, ele não estará necessariamente se referindo à Doença de Parkinson. Uma causa importante de parkinsonismo secundário é o uso de certos medicamentos (por exemplo, algumas das drogas usadas para vertigens, tonturas e doenças psiquiátricas e alguns remédios para hipertensão). A importância de se identificar esses casos é que os sintomas são potencialmente reversíveis com a interrupção dos medicamentos que os causaram.

Tipos de tremores

O tremor da doença de Parkinson conforme discutido é um tremor de repouso. Outras formas de tremor, chamados tremores de ação são vistos em outras doenças, em especial o Tremor Essencial.
O Tremor Essencial é um tremor na sua maior parte familiar e ocorre principalmente quando pegamos algum objeto, como uma colher, um copo d’água, quando escrevemos. Ao contrário do tremor da doença de Parkinson, ele tende a diminuir ou desaparecer com o braço em repouso.

Causas da doença de Parkinson

Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células (e, consequentemente, diminuem muito mais seus níveis de dopamina) num ritmo muito acelerado e, assim, acabam por manifestar os sintomas da doença.

Não se sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva e exagerada de células nervosas (degeneração), muito embora o empenho de estudiosos deste assunto seja muito grande. Admitimos que mais de um fator deve estar envolvido no desencadeamento da doença. Esses fatores podem ser genéticos ou ambientais.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença de Parkinson é essencialmente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista e o geriatra, que é capaz de diferencia esta doença de outras que também afetam involuntariamente os movimentos do corpo. Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética etc., servem apenas para avaliação de outros diagnósticos diferenciais. O exame de tomografia computadorizada por emissão de fóton-único para quantificar a dopamina cerebral (SPECT-Scan) pode ser utilizado como uma ferramenta especial para o diagnóstico de doença de Parkinson, mas é, na maioria das vezes, desnecessário, diante do quadro clínico e evolutivo característico.

Tratamento

A doença de Parkinson é tratável e geralmente seus sinais e sintomas respondem de forma satisfatória às medicações existentes. Esses medicamentos, entretanto, são sintomáticos, ou seja, eles repõem parcialmente a dopamina que está faltando e, desse modo, melhoram os sintomas da doença. Devem, portanto, ser usados por toda a vida, ou até que surjam tratamentos mais eficazes. Ainda não existem drogas disponíveis comercialmente que possam curar ou evitar de forma efetiva a progressão da degeneração de células nervosas que causam a doença. Há diversos tipos de medicamentos antiparkinsonianos disponíveis, que devem ser usados em combinações adequadas para cada paciente e fase de evolução da doença, garantindo, assim, melhor qualidade de vida e independência ao paciente. Também existem técnicas cirúrgicas para atenuar alguns dos sintomas da doença de Parkinson, que devem ser indicadas caso a caso, quando os medicamentos falharem em controlar tais sintomas. Tratamento adjuvante com equipe multiprofissional é muito recomendado, além de atividade física regular. O objetivo do tratamento, incluindo medicamentos, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, suporte psicológico e nutricional, atividade física entre outros é melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo o prejuízo funcional decorrente da doença, permitindo que o paciente tenha uma vida independente, com qualidade, por muitos anos.

Tratamento Cirúrgico para doença de Parkinson

“Os tratamentos para a doença de Parkinson são bastante eficazes – desde o uso de remédios até a cirurgia. Apesar da evolução da doença, a maioria dos pacientes consegue controlar alguns dos sintomas por meio da medicação via oral. Mas, em alguns casos, o próprio remédio, em longo prazo, pode gerar efeitos adversos de piora dos sintomas do movimento, por exemplo. Para esses casos a cirurgia é especialmente indicada, tanto quanto para os que evoluem naturalmente com o agravamento dos tremores e rigidez das mãos”, explica Dr. Arthur Cukiert, neurocirurgião e diretor da Clínica. O tratamento reabilitacional envolve atividade física para proporcionar autonomia ao paciente. “Conforme a progressão da patologia, os exercícios podem ser supervisionados, mas é importante que a pessoa se mantenha ativa independentemente das dificuldades”, orienta o especialista.

Como é feita a cirurgia para a doença de Parkinson

A cirurgia na doença de Parkinson tem o objetivo de controle sob o tremor e rigidez que acometem os membros superiores. O procedimento é chamado de Deep Brain Stimulation – traduzido como Neuroestimulação Profunda do Cérebro e consiste na implantação de eletrodos para modular os estímulos elétricos na região do cérebro afetada pela doença. Com o paciente acordado, sob efeito de anestesia local, a primeira fase da cirurgia consiste em uma pequena incisão do lado direito e uma do lado esquerdo do crânio, para abrir espaço para o neurocirurgião alcançar a região afetada com os eletrodos. “O paciente precisa estar acordado para que responda aos estímulos orientados pelo neurocirurgião, até que o tremor e a rigidez estejam estabilizados. É o momento em que o médico se certifica de que posicionou o eletrodo no local certo”, explica o médico. Em seguida, com o paciente dormindo, os eletrodos são conduzidos por um fio por baixo da pele para a fixação abaixo da região da clavícula. Ali, coloca-se uma bateria (igual ao marcapasso utilizado no coração) que funcionará como um gerador de sinais para os eletrodos dispostos dentro do cérebro. O procedimento não lesiona estruturas do cérebro, sendo totalmente reversível, caso seja necessário. A recuperação é rápida – o paciente costuma receber alta em dois dias, com retorno ao consultório médico em uma semana. O paciente consegue desfrutar dos benefícios da cirurgia a partir da consulta com o neurocirurgião para a retirada dos pontos, pois é neste momento que a bateria será ligada. As mudanças mais visíveis são redução da quantidade e da dose das medicações, controle dos movimentos involuntários e redução na intensidade da rigidez. Dr. Arthur reforça: “A cirurgia não é curativa, mas minimiza os efeitos da doença na vida do paciente, que pode voltar a conseguir se alimentar sozinho, amarrar o sapato, abotoar uma camisa, e assim por diante”. O momento certo para realizar a cirurgia de Parkinson Muitos pacientes acreditam que para ser candidato à cirurgia de Parkinson basta ser diagnosticado. No entanto, existem algumas condições prévias para tal. Em primeiro lugar, o indivíduo deve apresentar um quadro importante de comprometimento dos sintomas motores, mas não tanto a ponto de a cirurgia não ser mais efetiva. Essa condição pode se dar tanto pela evolução natural do quadro como dos efeitos adversos da levodopa (medicação de base para a doença). Identificado que o paciente está apto a ser operado, o neurocirurgião realiza uma avaliação cognitiva e neuropsiquiátrica, pois em casos que há comprometimento cognitivo a cirurgia não pode ser realizada. Feito isso, é testado o nível de interação do paciente com a levodopa. Avalia-se o organismo do indivíduo sob uso e sem o uso da substância. Se quantificar o esperado (como se fosse uma espécie de pontuação), a cirurgia de Parkinson poderá ser realizada.

Este conteúdo não substitui a orientação do especialista. Para esclarecer quaisquer dúvidas e realizar diagnósticos, consulte o seu médico.

Recomendações Serie e Filmes sobre a Doença de Parkinson

• A serie “Gray,s Anatomy”, na 18ª temporada, um dos assuntos abordados é Parkinson. Um médico que pretende abrir uma clínica dedicada a curar o Parkinson, um dos assuntos que continuará a ser abordado nos novos episódios.

• Filme “Hoje não! A vida tem que seguir” é um documentário que reúne a trajetória de cinco vidas impactadas e transformadas pela doença de Parkinson.

• O filme “Amor e outras drogas”, relata a história de um charmoso representante farmacêutico que repensa suas escolhas após conhecer uma jovem artista com um quadro precoce da doença de Parkinson. Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt. Encontrada na Netflix.

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